quarta-feira, 31 de agosto de 2016

DOMÍNIO DA MENTE


"A mente calma também significa coragem, de modo que possas encarar sem medo as provas e dificuldades da Senda; significa ainda firmeza, de modo que possas dar menor importância às perturbações que todos encontram na vida diária, e evitar a incessante preocupação com as pequenas coisas nas quais muitas pessoas consomem a maior parte de seu tempo. O Mestre ensina que não tem a menor importância o que aconteça exteriormente ao homem: tristezas, perturbações, doenças, perdas – tudo isso deve ser como nada para ele, e não deve permitir que afete a calma de sua mente. Elas são o resultado de ações passadas, e quando vêm deves suportá-las alegremente, lembrando que todo o mal é transitório, e que é teu dever permanecer sempre contente e sereno. Pertencem às tuas vidas anteriores, e não a esta; não podes modificá-las, portanto, é inútil preocupar-se com elas. Pensa antes no que estás fazendo agora, e que causará os acontecimentos de tua próxima vida, pois esta tu podes modificar".

(J. Krishnamurti, Aos Pés do mestre, Editora Teosófica, 2010, p. 56)

terça-feira, 30 de agosto de 2016

CURSO AVANÇADO DE NUMEROLOGIA CÁRMICA


CONHECE-TE A TI MESMO


       

“O antigo ditado grego Gnothi seauton, conhece-te a ti mesmo, é um excelente conselho. O autoconhecimento é absolutamente necessário a qualquer candidato a progresso, porém, precisamos tomar muito cuidado para que esse autoexame não degenere em introspecção mórbida, como frequentemente acontece com alguns de nossos melhores estudantes. Muitas pessoas preocupam-se, com receio de estarem ‘recuando’ sem saber, como elas dizem. Caso conhecessem um pouco melhor o método da evolução, veriam que ninguém pode recuar quando a corrente toda está movendo-se constantemente para a frente."

(C. W. Leadbeater, A Vida Interna, Editora Teosófica, 1996, p. 119)


segunda-feira, 29 de agosto de 2016

CIÊNCIA E ESPIRITUALIDADE


“A busca espiritual e a científica são investigações complementares rumo à realidade. Qualquer sentimento de antagonismo é produto de uma visão mesquinha. A ciência lida com o mensurável; a religião com o imensurável. Um cientista não é inteligente se nega a existência do imensurável. Nada há que seja anti-ciência, mas há muita coisa que está além da ciência. As duas buscas têm de andar de mãos dadas.(...)
Tanto o cientista quanto o religioso precisam estar muito atentos às limitações da mente para transcendê-las, se aspiram a uma percepção holística da realidade. A educação precisa estimular uma mente inquiridora, que seja tanto científica quanto religiosa, para enfrentar a crise da civilização moderna. Descartar toda investigação espiritual e todas as crenças religiosas em nome do secularismo é como atirar fora o bebê junto com a água do banho.”

(Padmanabhan Krishna, Ciência e espiritualidade, Revista Sophia, Ano 2, Nº 5, p. 19)

domingo, 28 de agosto de 2016

EQUILÍBRIO E JUSTIÇA


De acordo com a sabedoria chinesa, os opostos se sucedem alternadamente. Depois de uma época de abundância necessariamente advém uma época de escassez. O apogeu sempre dá lugar ao declínio. Depois da tempestade, vem a bonança. Quando as trevas chegam ao máximo, a luz começa a crescer e vai gradualmente substituindo a escuridão. (...)
Por isso os chineses falavam que a vida é uma perpétua alternância entre os princípios Yang e Yin, o positivo e o negativo, o masculino e o feminino, o bem e o mal, a inspiração e a expiração. Segundo eles, dentro do Yin está contido o Yang e dentro do Yang está contido o Yin. Na realidade os dois princípios estão harmonicamente integrados no todo. A alternância cíclica entre esses dois aspectos é vista como parte essencial da expressão da vida na natureza.”

(Eduardo Weaver, Vida e morte na visão de Platão, Revista Sophia, Ano 5, Nº 17, p. 28/29)

sábado, 27 de agosto de 2016

ANIMAIS DOMÉSTICOS


“Os animais domésticos que vivem em nosso lar não são criaturas tão insignificantes, como as pessoas geralmente acham. A Vida Divina, que se encontra no homem, está igualmente no animal, mas nele se encontra num estado mais primitivo e, por conseguinte, menos evoluída. Esta vida deve acelerar o seu desenvolvimento pelo contato com o homem. (...)
O princípio geral referente a nossas relações com os animais domésticos é que eles foram realmente enviados para junto de nós a fim de que, na medida do possível, os seus atributos animais de selvageria fossem substituídos por atributos humanos, porque o que hoje é um animal, algum dia será um homem, assim como no futuro o homem de hoje tornar-se-á um Deus. Aquele que contribui para que a Vida Divina progrida mais rapidamente pelo seu caminho ascendente, esse ajuda, com maior eficiência, a sua própria evolução.”

(C. Jinarajadasa, Teosofia Prática, Editora Teosófica, 2012, p. 22/23)

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

AÇÃO SEM AÇÃO


       
“Karma Yoga é o yoga da ação impessoal. A pessoa torna-se mais decidida, mais rápida na ação, mais sábia no julgamento. É a personalidade que obnubila a visão da pessoa e retarda a ação. São os nossos gostos e aversões que nos confundem. A realidade é muito maior do que nossas preferências pessoais.
Os chineses chamam isso de wei wu wei: ação sem ação. É um princípio fundamental do Taoísmo. Equivale a estar em harmonia com a realidade maior. O indivíduo é apenas parte dessa realidade total, uma realidade que estava lá antes de nascermos, e que lá estará muito depois de termos morrido."

(Vicente Hao Chin Jr., Espiritualidade no dia a dia, Revista Sophia, Ano 7, Nº 25, p. 22)

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

A OBRIGAÇÃO PRIMÁRIA DO HOMEM


       “É obrigação de cada ser humano olhar cuidadosamente para dentro de si e ver a si mesmo como de fato é, sem poupar sacrifícios no sentido de aprimorar seu corpo, sua mente e sua alma. Ele deveria perceber os danos acarretados pela injustiça, pela perversidade, pela vaidade e por coisas do tipo, e fazer o melhor para combatê-las.
O estado do homem é de provação. Durante esse período ele é testado por forças do mal e também pelas do bem. Ele é constantemente uma presa fácil para tentações, e precisa provar sua coragem resistindo a cada uma delas. Ele não é um guerreiro que combate inimigos imaginários; é incapaz de levantar seu dedo contra inúmeros inimigos que habitam seu próprio ser e, o que é pior, os confunde com amigos.

(Mahatma Gandhi, O Caminho da Paz, Editora Gente, São Paulo, 2014, p.36)

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

PALESTRA - O GOVERNO INTERNO DO MUNDO


A NATUREZA DO PRAZER


 "O prazer é a estrutura da sociedade. Da infância à morte, secreta ou ardilosamente, ou abertamente, buscamos o prazer. Assim, qualquer que seja a nossa forma de prazer, acho que devemos vê-la muito claramente, porque será ela que irá guiar e moldar a nossa vida. Por conseguinte, o importante é que cada um de nós investigue com atenção, cautela, precisão, a questão do prazer, porque achar o prazer e depois nutri-lo e mantê-lo constitui uma necessidade básica da vida e sem ele a existência se torna monótona, estúpida, ensombrada pela solidão e sem nenhum significado. 
Compreender o prazer não significa negá-lo. Não o estamos condenando ou dizendo que é bom ou mau, mas, se o cultivamos, façamo-lo de olhos abertos, sabendo que a mente que está sempre a buscar o prazer encontrará inevitavelmente a sua sombra — a dor. As duas coisas não podem ser separadas, embora busquemos o prazer e procuremos evitar a dor."

(J. Krishnamurti, Liberte-se do Passado, Editora Cultrix, p. 18)

terça-feira, 23 de agosto de 2016

A LEI DO CARMA



"A Lei do Carma é a enunciação da relação da causa com o efeito, que se estabelece quando o homem transforma a energia. Essa lei abrange não somente o universo visível e as suas forças como o faz a ciência, mas também esse universo mais vasto e invisível de forças, que é a verdadeira esfera da atividade humana. Do mesmo modo que, com um piscar de olho, o homem projeta no universo uma força que afeta o equilíbrio de todas as outras forças de nosso cosmos físico, assim também, com o vibrar de cada um de seus pensamentos e sentimentos, modifica o seu ajustamento no universo e do universo em si mesmo.”

(C. Jinarajadasa, Fundamentos da Teosofia, Ed.Teosófica, p. 50)

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

A JORNADA DA ALMA


"Se nos fosse possível colocar-nos, em pensamento, num centro do espaço, do qual pudéssemos ver o curso da evolução, e estudar a história da nossa cadeia de mundos, tal como podem ser vistos pela imaginação mais do que pelo aspecto que apresentam, poderíamos interpretar o todo num quadro. Vejo uma grande montanha situada no espaço, com um caminho que vai girando em torno dela até atingir seu ápice. As voltas que esse caminho dá até atingir seu ápice. As voltas que esse caminho dá são sete, e em cada volta há sete estações onde os peregrinos ficam durante algum tempo. Dentro dessas estações eles têm de subir, volta por volta. Quando traçamos o caminho que sobe por aquela trilha em espiral, vemos que ele termina no topo da montanha, e leva a um majestoso Templo, como que feito de mármore, de uma brancura radiante, e que ali se ergue, cintilando contra o azul etéreo.
Esse Templo é a meta da peregrinação, e os que estão no seu interior terminaram o seu percurso . (...)"

(Annie Besant, Do Recinto Interno ao Santuário Externo, p. 01/02)

domingo, 21 de agosto de 2016

AS LEIS DA VIDA ESPIRITUAL




“As leis da vida espiritual são as leis da Natureza aplicadas ao homem em busca da rápida ascensão à super-humanidade. Elas são simples em sua essência e não muito numerosas. Uma lei subjaz a todas as leis. O ingresso em cada nova fase de crescimento é acompanhado, e tornado possível, por uma renúncia, uma morte figurada da proteção fornecida à vida durante a fase precedente.
É preciso que se quebre a casca do ovo antes que o pintinho possa sair. O tegumento da semente deve desaparecer antes de ela vir a tornar-se uma planta. Assim também o homem, cujo invólucro é o egocentrismo e a acentuada individualidade. Essas duas características devem ser removidas e substituídas por aquelas pertinentes à nova fase, a qual é de altruísmo e ausência de sentido de eu.”

(Geoffrey Hodson, A senda para a Perfeição, Editora Teosófica, Brasíla, pgs. 31/32.)

sábado, 20 de agosto de 2016

A NATUREZA DA BONDADE


       
“No tratado A filosofia Perene, Adous Huxley afirma: ‘O bem é a conformidade separada do eu, até a aniquilação final no fundamento divino que lhe dá existência; o mal é a intensificação da separatividade, a recusa em reconhecer que o fundamento existe’.
A bondade, portanto, é aquilo que reflete ou tenta refletir a divindade profundamente alojada dentro de nós. Essa divindade não é sua nem minha. Ela penetra tudo que existe, sendo, portanto, um todo indivisível. Por isso, a bondade não pode existir quando pensamos e sentimos que somos indivíduos separados, seres com identidades, interesses e desejos próprios.(...)
É preciso lembrar que a bondade sempre purifica, como afirma o livro A Chave para a Teosofia (Ed. Teosófica): ‘Para cada flor de amor e caridade que plantamos no jardim do nosso vizinho, uma semente daninha desaparece do nosso próprio jardim’. (...)
Inundemos o mundo com pensamentos de amor; eles se disseminarão nos lugares mais longínquos. Assim devemos nos treinar.”

(Surendra Narayan, A natureza da bondade, Revista Sophia, Ano 5, Nº 19, p. 29.)

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

PALESTRA PÚBLICA - O GOVERNO INTERNO DO MUNDO


A MULTIPLICIDADE NA VIDA

       
“A essência do amor se manifesta no cuidado de preservar a multiplicidade percebendo a maravilhosa interdependência das partes que constituem o todo, e cooperar harmoniosamente com sua evolução para uma mais magnífica expressão da Vida. Cuidar de quem é diferente de nós é altruísmo; é a essência do amor universal. De fato, cuidar apenas do que é semelhante a nós é demasiado fácil, e com frequência é a causa de injustiça em relação ao que é diferente, devido à falta de uma percepção mais abrangente e universal. Assim, a verdadeira essência do amor é ser capaz de perceber a unidade além da multiplicidade, é ser capaz de perceber a semelhança além das diferenças, ou como frequente dizia G. S. Arundale: ‘Juntos diferentemente’.”

Ricardo Lindemann, Muitas Cores Formam o Arco-Íris, Revista TheoSophia, ano 95, outubro/novembro/dezembro 2006, Sociedade Teosófica no Brasil.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

A LEI DAS LEIS


“O karma é a lei natural no sentido lato da expressão. É a Causação Universal, a Lei de Causa e Efeito. Pode-se dizer que ela forma a base de todas as leis especiais, de todas as causas e efeitos. Trata-se da lei natural em todos os seus aspectos e em todas as suas subdivisões. Não é uma lei especial, mas uma condição universal, a lei da qual dependem todas as outras leis, da qual todas as outras leis são expressões parciais. O Bhagavad Gita diz que ninguém dotado de corpo pode escapar a ela: iluminados, seres humanos, animais, vegetais, minerais, todos estão evoluindo dentro dessa lei universal. O próprio Logos encarnado num universo vem a entrar no amplo alcance dessa lei comum a toda manifestação. Enquanto cada qual estiver relacionado com a matéria, encarnado em matéria, estará sujeito à lei kármica. Um ser pode escapar ou transcender a um ou outro de seus aspectos, mas não pode, enquanto permanecer em manifestação, eximir-se dessa lei.”

(Annie Besant, Os Mistérios do Karma e a sua Superação, Editora Pensamento, 2001, p.19/20)

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

A CONSCIÊNCIA SUPERIOR


“Quando olhamos, por um instante que seja, para alguma erupção súbita das forças naturais, para uma explosão tremenda que lança ao ar, talvez em poucas horas, uma poderosa montanha, para penhascos e topos rochosos onde antes havia verdor, ou ainda para um vale que era uma planície, tornando-se contorno de sinuosas colinas, temos ciência de que certamente no passado o homem percebia a erupção desta natureza algo arbitrário, catastrófico, desordenado, inesperado, fora do crescimento ordenado da evolução. Mas sabemos, por meio de estudos recentes, que não existe nada desordenado na erupção de um vulcão, como tampouco no lento crescimento do fundo do mar, quando após dezenas de milhares de anos, o fundo do mar torna-se uma cadeia de montanhas. Pensava-se que um era ordenado, e outro cataclísmico. No entanto, atualmente temos conhecimento de que todos os processos naturais, súbitos ou lentos, inesperados ou previstos, encontram-se dentro do reino da Lei, acontecendo de maneira totalmente ordenada.

(Annie Besant - As Leis do Caminho Espiritual – Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 12)

terça-feira, 16 de agosto de 2016

A CONSCIÊNCIA DOS ANIMAIS

    

          
“Benjamin Hoff, autor de The Tao of Pooh, afirmou certa vez que ‘muitas pessoas conversam com os animais. Porém, poucas os escutam. Esse é o problema’. Os animais têm uma capacidade extraordinária de ouvir. Quando alguém verdadeiramente os observa, pode ver que eles ouvem com todo o corpo, não apenas com uma parte de si. Uma das razões possíveis para isso é que, para os animais, ouvir é parte integrante do processo de sobrevivência.(...)
Como escreveu Ashley Montagu, ‘a indiferença, a insensibilidade e o desprezo que tantas pessoas demonstram com relação aos animais é maléfica, primeiramente porque resulta em grande sofrimento aos animais, e segundo porque resulta num empobrecimento incalculavelmente grande do espírito humano’. Vale a pena ponderar sobre isso. Vale a pena ver em cada animal que encontramos um presente que vem do coração da vida, e ajudar cada um deles em sua jornada. Ao assim fazer, podemos descobrir que recebemos uma grande bênção.” 

(Pedro Oliveira, Revista Sophia, Editora Teosófica, ano 11, nº 44, p. 12)

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

A CONTINUIDADE INFINITA


“A objeção mais comum feita à teoria da reencarnação é a seguinte: ’Por que não nos recordamos de nossas vidas passadas?’ É verdade que, geralmente, não podemos nos lembrar de nenhum momento de nossas vidas passadas, porém, em tudo aquilo que fazemos, nosso passado pode ser claramente observado. Pode-se citar, como exemplos evidentes, as inclinações naturais de cada ser, suas características peculiares, que os levam a se tornar grandes músicos, artistas, matemáticos, etc., tão diversificadas que se torna impossível catalogá-las. Alguém pode dizer: ‘Se eu tivesse tido a oportunidade e me devotado a isso, poderia ter-me tornado tão grande quanto X’. Mas isso é verdade? Não. A grandeza de X desenvolveu-se por meio de inúmeras vidas, pelo exercício contínuo e persistente daquilo em que ele se distingue. Precisamos nos desfazer da noção de que tal superioridade constitui-se um ‘talento’ ou ‘dom’. Esses ‘dons’, na verdade, são o resultado de uma boa semeadura ao longo de muitas vidas, o fruto da colheita que, com o transcorrer do tempo, aquela semeadura produziu.”

(Virginia Hanson e Rosemarie Stewart - Karma (A Lei da Harmomia) – Ed. Pensamento, Rio de Janeiro, 1991 - p. 94/95)

domingo, 14 de agosto de 2016

VIRTUDE ORIGINAL


Para enobrecer todas as atividades da vida é necessário evocar o senso de grandeza em cada cidadão. Assim como Platão deu início às suas teorias sobre o Estado perfeito, da mesma forma devemos começar com a ideia de que a trindade ‘bondade, verdade e beleza’ existe no indivíduo quando ele nasce. Precisamos abandonar todo o pensamento de que existe um ‘pecado original’ na alma e substituí-lo pelo pensamento da ‘virtude original’. De maneira semelhante, é necessário também transcender as limitações do materialismo científico, que vê o ser humano apenas como o último elo de uma cadeia de organismos que teve início com as bactérias.

(C. Jinarajadasa, A Cidade Perfeita, Revista Sophia, Ano 5, Nº 20, p. 14)

sábado, 13 de agosto de 2016

A BUSCA ESPIRITUAL


“Quem sou eu? Sou Judas, sou Jesus? Por medo, por desejo, traio a mim mesmo. Sou quem eu não sou. Cubro minha face com muitas máscaras e até mesmo torno-me máscaras. Estou demasiado ocupado representando quem eu penso ser para conhecer quem realmente sou. Tenho medo: posso ser nada mais do que pareço ser; pode não haver face alguma por detrás da máscara. Eu decoro e protejo minha máscara, preferindo algo fantasioso a um nada real.
Apego-me ao rebanho por conforto. Junto nós tecemos variadas vestimentas para cobrir nossa nudez. Guardamos o segredo de nosso nada com uma agilidade ansiosa para que não sejamos descobertos.(...)
‘Quem sou eu?’ não pede por uma enumeração de fatos científicos: expressa uma certa inquietude, um tatear e uma exploração. É o começo de um movimento em direção à luz, em direção a ver as coisas claramente, como um todo. É a recusa de permanecer no escuro - fragmentado e na superfície de mim mesmo. É um estado de busca de significado, amplidão e profundidade. É o desejo de despertar.

(Ravi Ravindra, Sussurros da Outra Margem, Editora Teosófica, p.25/27)

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

A VERDADE NÃO TEM CAMINHO


A verdade não tem caminho, e essa é sua beleza; ela é viva. Uma coisa morta tem um caminho a ela conducente, porque é estática, mas, quando perceberdes que a verdade é algo que vive, que se move, que não tem pouso, que não tem templo, mesquita ou igreja, e que a ela nenhuma religião, nenhum instrutor, nenhum filósofo pode levar-vos — vereis, então, também, que essa coisa viva é o que realmente sois — vossa irrascibilidade, vossa brutalidade, vossa violência, vosso desespero, a agonia e o sofrimento em que viveis. Na compreensão de tudo isso se encontra a verdade. E só o compreendereis se souberdes como olhar tais coisas de vossa vida. Mas não se pode olhá-las através de uma ideologia, de uma cortina de palavras, através de esperanças e temores.”

(J. Krishnamurti, Liberte-se do Passado, Editora Cultrix, 1969, pg. 7/8)

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

PERCEBIMENTO



“Nós nem sempre queremos enxergar aquilo que está diante dos nossos olhos. Mas é essencial vermos as coisas como realmente são; não aquilo que os outros nos dizem, não o que está apenas na superfície. Os vedantinos afirmam que não importa que forma a argila possa assumir, ela ainda é argila. Se reconhecermos a essência de um objeto, nós os reconheceremos melhor do que se meramente apreciarmos sua aparência exterior. Se não formos capazes de ver a natureza imortal dentro das outras pessoas, isso é uma evidência da nossa própria cegueira e falta de desenvolvimento. Apenas aquele que ‘vê os outros com olhos de igualdade’ está crescendo em espiritualidade.”

(Radha Burnier, Não Há Outro Caminho a Seguir, Ed. Teosófica, pg. 62)

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

PALESTRA PÚBLICA: O GOVERNO INTERNO DO MUNDO


O PERDÃO



“Parte da dificuldade de perdoar surge a partir de um equívoco comum. Perdoar não significa que o comportamento da outra pessoa está certo. Também não significa que a outra pessoa ‘se safou’; ela continua responsável por sua má conduta. O perdão diz respeito a se livrar de um gancho emocional. Diz respeito a liberar suas emoções, atitudes e comportamentos negativos. Diz respeito a se libertar do passado para que você possa seguir em frente rumo ao futuro.”

(Alan Zimmerman, A mágoa e o perdão, Revista Sophia, Nº 62, pg. 10)

terça-feira, 9 de agosto de 2016

A CONSCIÊNCIA ESPIRITUAL


"Consciência espiritual significa o uso de uma sabedoria superior - a verdade - para fazer tudo o que mais beneficie a si mesmo e aos outros. Pense nisso. Inclui o serviço altruísta ao próximo, o comportamento correto, o cumprimento das leis de higiene e de todas as outras leis da vida, e também o desempenho harmonioso de todos os deveres materiais e espirituais, sem permitir que haja conflito entre eles. A consciência espiritual é uma perfeita expressão interna da verdade e se manifesta numa vida equilibrada e harmoniosa, cheia de felicidade genuína, e que você, por sua vez, compartilha com os outros.”

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 87/88)


segunda-feira, 8 de agosto de 2016

MEU KARMA SOU EU MESMO


"O karma de cada pessoa é a parte de um karma maior que é o karma do mundo, (...) todo o processo é único. O karma não é algo que tem origem externa, mas algo que nós mesmos criamos. Portanto, cada um de nós deve fazer o que é correto a partir de um ponto de vista mais amplo, como assinalam as palavras do senhor Jinarajadasa. O karma que criamos não é a expressão de alguma força ou de alguma pessoa, senão de nós mesmos. Portanto, a todo momento devemos tentar fazer o que é correto.”

(Radha Burnier - Meu karma sou eu mesmo - Revista TheoSophia, ano 104, Abril/Maio/Junho de 2015 - Pub. Sociedade Teosófica no Brasil -  pg. 9)

domingo, 7 de agosto de 2016

DEVOÇÃO



"A devoção pode ser uma coisa maravilhosa e bela, um foco espiritual que, em sua pureza e intensidade, é tal qual uma chama que se espalha rapidamente, seguindo adiante, superando obstáculos, e acelerando muito os processos destrutivo e construtivo. Tem sido chamada de a mais curta de todas as rotas para a meta, porque direciona todas as energias da pessoa para o objetivo da busca. Implica um estado de mente e coração no qual o fim está constantemente corporificado nos meios. Não é simplesmente um estado de busca, é um estado de conclusão e realização; uma condição na qual o derradeiro e o próximo estão reunidos e sintetizados, de modo que o resultado, que é uma consumação, é que permanece sempre satisfatório. É uma qualidade tão essencial quanto a sabedoria e a reta ação para o aperfeiçoamento de cada temperamento.”

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 65/66)

sábado, 6 de agosto de 2016

A COOPERAÇÃO


“O Mestre disse certa vez que, na verdade, existem apenas dois tipos de homens: aqueles que sabem e os que não sabem. Os que sabem são aqueles que viram a luz e se voltaram para ela, através de qualquer religião, mesmo que a distância que os separa da luz seja grande no momento. Vários deles podem estar sofrendo muito para se aproximarem daquela luz, mas pelo menos eles têm esperança pela frente. Simpatizamos profundamente com eles, tentamos ajudá-los, contudo sabemos que de forma alguma estão na pior situação. Nossa compaixão maior deve ser para aqueles que ainda estão totalmente indiferentes a todo pensamento superior; aqueles que não lutam porque não se importam, não sabem, nem pensam que há algo pelo que lutar. São esses que formam verdadeiramente ‘a grande órfã humanidade’”

(C. W. Leadbeater, A Vida Interna, Ed. Teosófica, pg. 139)

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

DOE AMOR


“Acredito que todos nós queremos doar; o que nos impede é o medo da rejeição. No entanto se estivermos realmente entusiasmados com a doação, se percebermos que o nosso mundo tem uma necessidade desesperada disso, vamos aceitar algumas poucas rejeições. Às vezes não queremos doar porque não sabemos como, mas o belo a respeito de se dar amor é que você não precisa ir à escola para aprender. Busque as pessoas e doe amor. Isso vem muito naturalmente.”

(Joseph A. Galdon, O caminho para o paraíso, Revista Sophia, Nº 62)

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

A VERDADE


“Quando o apego às coisas materiais e as experiências for completamente eliminado, a mente estará limpa como um espelho, sem poeira, para refletir a verdade. A verdade da vida está em toda a parte. Ela é inerente na consciência que se manifesta através da vida e das coisas aparentemente inanimadas. A vida não deixa escapar a verdade quando a pessoa tenta impor, exigir, capturar e agarrar. A vida é a divindade e deve ser abordada com humildade e reverência. Então todos os seus mistérios serão revelados e a Verdade irá acolher o aspirante em seu abrigo.” 

(Radha Burnier, Não Há Outro Caminho a Seguir, Ed. Teosófica, pg.21)

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

INTRODUÇÃO À RADIESTESIA


LIVRE-ARBÍTRIO


“É inútil falar de livre-arbítrio em um homem que é escravo dos objetos à sua volta. Ele é um eterno escravo, não consegue exercer escolhas; pois embora possamos pensar que tal pessoa elege seguir o caminho ao longo do qual as atrações o arrastam, na verdade não está havendo escolha nem pensamento de escolha. Enquanto as atrações e repulsões determinarem o caminho, qualquer discurso sobre liberdade é vazio e tolo. Muito embora um homem sinta que está escolhendo o objeto desejado, o sentimento de liberdade é ilusório, pois ele é atraído pela atividade do objeto e tem, dentro de si, o anseio pelo prazer. (...)”

(Annie Besant, Um Estudo sobre a Consciência, Ed. Teosófica, pg. 230)

terça-feira, 2 de agosto de 2016

VIVER NO MUNDO SEM SER DO MUNDO


“A vontade pessoal e o interesse pessoal dominam nossas vidas e transformam o mundo num imenso bazar onde cada um está gritando o mais alto possível para atrair a atenção e fazer a sua pequena barganha. Na verdade é por isso que ‘meu reino não é deste mundo’(...)
Isto não significa dizer que devamos parar de viver no mundo e cometer suicídio. Ao invés disso, é uma questão básica: não é o mundo, mas nossa mundanalidade que se opõe ao Espírito.” 

(Ravi Ravindra, Sussurros da Outra Margem, Ed. Teosófica, pg. 32)

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

RENÚNCIA


“Quando a mente e o coração renunciam à violência, à falsidade, à exigência, e à indulgência, o mundano e o material já não mais existem. Existe um estado de pureza e simplicidade no qual o não material, o não mundano, e o espiritual podem ser conhecidos. Os Cinco Preceitos do Budismo, as instruções do Yoga, os Mandamentos cristãos e outros indicadores verdadeiros, antigos e modernos, para o caminho espiritual, todos apontam para a mesma coisa que é a renúncia.
A verdadeira renúncia não é um único ato dramático. É a limpeza diária dos pensamentos, dos motivos e das memórias que são do mundo - os pequenos apegos, a rememoração e a lembrança dos prazeres, e assim por diante.”

(Radha Burnier, Não há Outro Caminho a Seguir, Ed. Teosófica, pg. 20)